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Mostrando postagens de 2015

Pelas veredas do Guimarães: Rosas Parte VII

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Explico ao senhor: andando por esse sertão do Guimarães, não sei se acredita na minha pessoa, mas, ora veja, encontrei rosas. Ah, eu sei que não é possível, mas “cada um só vê e entende as coisas dum seu modo”. “Porque, nos gerais, a mesma raça de borboletas, que em outras partes é trivial regular – cá cresce, vira muito maior, e com mais brilho, se sabe”. Mire veja: Sobre as histórias:  “A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem não misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância. De cada vivimento que eu real tive, de alegria forte ou pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa... Assim eu acho, assim é que eu conto. O senhor é bondoso de me ouvir. Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe.” “Para que referir tudo no narrar, por menos e menor?... Mesmo o que

Pelas veredas do Guimarães: Rosas Parte VI

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Explico ao senhor: andando por esse sertão do Guimarães, não sei se acredita na minha pessoa, mas, ora, encontrei rosas. Ah, eu sei que não é possível, mas “cada um só vê e entende as coisas dum seu modo”. Mire veja: Sobre sentir: “Quem muito se evita, se convive.” “Artes que havia uma alegria. Alegria, é o justo.” “Amigo pra mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual a igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e todos os sacrifícios. Ou – amigo – é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é.” “Quis falar em coração fiel e sentidas coisas. Poetagem. Mas era o que eu sincero queria – como em falas de livros, o senhor sabe: bel-ver, bel-fazer e bel-amar.” “Confiança – o senhor sabe – não se tira das coisas feitas ou perfeitas: ela rodeia é o quente da pessoa.” “Eu vinha pensando, feito toda alegria em brados pede: pensando por prolongar. Com toda alegria, no mesmo do momento, abre saud

Pelas veredas do Guimarães: Rosas Parte V

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Explico ao senhor: andando por esse sertão do Guimarães, não sei se acredita na minha pessoa, mas, ora, encontrei rosas. Ah, eu sei que não é possível, mas “cada um só vê e entende as coisas dum seu modo”. Mire veja: Sobre pensar: “A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem misturam. De cada vivimento que eu real tive, de alegria forte ou pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa.” “Só que uma pergunta, em hora, às vezes, clareia razão de paz.”  “De primeiro, eu fazia e mexia, e pensar não pensava. Não possuía os prazos... quem mói no asp’ro, não fantasêia. Mas agora, feita a folga que me vem, e sem pequenos dessossegos, estou de range rede. E me inventei neste gosto, de especular ideia.” “Vi muitas nuvens”. “Tive de.” “Sou só um sertanejo, nessas altas idéias navego mal... Inveja minha pura é de uns conforme o senhor, com toda leitura e suma doutrina

Pelas veredas do Guimarães: Rosas Parte IV

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Explico ao senhor: andando por esse sertão do Guimarães, não sei se acredita na minha pessoa, mas, ora veja, encontrei rosas. Ah, eu sei que não é possível, mas “cada um só vê e entende as coisas dum seu modo”. “Porque, nos gerais, a mesma raça de borboletas, que em outras partes é trivial regular – cá cresce, vira muito maior, e com mais brilho, se sabe”. Mire veja: Sobre humanos: “Coração da gente – o escuro, escuros.” “Coração cresce de todo lado. Coração vige feito riacho colominhando por entre serras e varjas, matas e campinas. Coração mistura amores.” “De mim, toda mentira aceito. O senhor não é igual? Nós todos...” “A gente viemos do inferno... Duns lugares inferiores, tão monstro-medonhos, que Cristo mesmo lá só conseguiu aprofundar por um relance a graça de sua sustância alumiável... Que lá o prazer trivial de cada um é judiar dos outros, bom atormentar; e o calor e o frio mais perseguem; e até respirar custa dor; e nenhum sossego não se tem. Se creio? Acho pros

Pelas veredas do Guimarães: Rosas Parte III

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Explico ao senhor: andando por esse sertão do Guimarães, não sei se acredita na minha pessoa, mas, ora veja, encontrei rosas. Sobre viver: “Viver é negócio muito perigoso...”  “Uma coisa é pôr ideias arranjadas, outra é lidar com país de pessoas, de carne e sangue, de mil-e-tantas misérias... Tanta gente – dá susto se saber – e nenhum se sossega: todos nascendo, crescendo, se casando, querendo colocação de emprego, comida, saúde, riqueza, ser importante, querendo chuva e negócios bons...”  “O senhor sabe: o perigo que é viver...” “Viver nem não é muito perigoso?”  “Jagunço é isso. Jagunço não se escabreia com perda nem derrota - quase que tudo para ele é igual. Nunca vi. Pra ele a vida já está assentada: comer, beber, apreciar mulher, brigar, e o fim final. E todo mundo não presume assim?” “O senhor deve de ficar prevenido: esse povo diverte por demais com a baboseira, dum traque de jumento formam tufão de ventania. Por gosto de rebuliço. Querem-porque-querem inventa

Pelas veredas do Guimarães: Rosas Parte II

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Explico ao senhor: andando por esse sertão do Guimarães, não sei se acredita na minha pessoa, mas, ora veja, encontrei rosas. Ah, eu sei que não é possível, mas “cada um só vê e entende as coisas dum seu modo”. “Porque, nos gerais, a mesma raça de borboletas, que em outras partes é trivial regular – cá cresce, vira muito maior, e com mais brilho, se sabe”. Mire veja: Sobre o sertão: “O senhor tolere, isto é o sertão... Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade.” “O sertão está em toda parte. Sertão. O senhor sabe: sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus mesmo, quando vier, que venha armado! E bala é um pedacinhozinho de metal...” “Aqui não se tem convívio que instruir. Sertão. Sabe o senhor: sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar.” “Remei vida solta. Sert

Pelas veredas do Guimarães: Rosas Parte I

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Explico ao senhor: andando por esse sertão do Guimarães, não sei se acredita na minha pessoa, mas, ora veja, encontrei rosas. Ah, eu sei que não é possível, mas “cada um só vê e entende as coisas dum seu modo”. “Porque, nos gerais, a mesma raça de borboletas, que em outras partes é trivial regular – cá cresce, vira muito maior, e com mais brilho, se sabe”. Mire veja: Sobre Deus: “Deus espera essa gastança. Moço!: Deus é paciência. O contrário, é o diabo. Se gasteja.” “Deus não se comparece com refe, não arrocha o regulamento. Pra que? Deixa: bobo com bobo – um dia, algum estala e aprende: esperta. Só que, às vezes, por mais auxiliar, Deus espalha, no meio, um pingado de pimenta...” “E, outra coisa: o diabo é às brutas; mas Deus é traiçoeiro! Ah, uma beleza de traiçoeiro – dá gosto! A força dele, quando quer – moço! – me dá o medo, pavor! Deus vem vindo: ninguém não vê. Ele faz é na lei do mansinho – assim é o milagre. E Deus ataca bonito, se divertindo, se economiza.” “S

De dentro pra fora

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A técnica narrativa de desnudar a consciência dos personagens se concretiza de muitas maneiras na literatura e no cinema também. No entanto, a Disney/Pixar abusou da criatividade para contar uma história dando vida às tramas interiores de uma personagem. É o que acontece na animação Inside out, ou, na nossa versão brasileira, Divertida mente, do diretor Pete Docter , conhecido por outras importantes produções de animação . Aparentemente poderia ser uma produção apenas para a infância, mas o argumento do filme é bem consistente, apoiado em diversas teorias científicas sobre o funcionamento da psiquê humana, e agrada a pessoas de qualquer idade. Trata-se da história de Riley, uma garota de 11 anos. A narrativa mostra as vivências da menina desde bebê, até alcançar um episódio que é determinante para toda a trama, quando sua família precisa mudar de Minessotta para São Francisco, por causa do trabalho do pai. Com a mudança, Riley se sente perdendo amigos, escola, seu time d

Pausa

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Passeando pelas brasilidades e misturas dos ritmos nacionais, Airô Barros, pernambucana de Capoeiras/PE, que morou por mais de 20 anos em São Paulo e hoje fez pouso em Araucária/PR, lança seu mais novo CD. O trabalho foi gravado por meio de financiamento coletivo, uma saída para artistas independentes, como ela. Airô conta com um time de músicos de primeira: Fernando Merlino (arranjos e piano), Jaime Alem (violões e viola), Pantico Rocha (bateria e percussão), Bororó (baixo), João Bani Sá Teles (percussão), Leonardo Amuedo (guitarra), Zé Américo (sanfonas), Luciano Corrêa (Violoncelo), Daniel Garcia e Júlio Merlino (Flauta Transversal). A voz grave e firme da poeta, de veia nordestina e de contadora de histórias, ganhou a moldura especial dos arranjos cuidadosos de Fernando Merlino, que esbanjou graça, inclusive na regravação de Pasárgada , cujo primeiro arranjo é também dele, no belo álbum A poesia caminha , de Gladir Cabral e Jorge Camargo. Pasárgada veste roupa mais leve

Da luta pela igualdade

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Assisti ao filme "Selma: uma luta pela igualdade", bela produção sobre a trajetória de Martin Luther King Jr. e seus colaboradores, numa cidade do Alabama, a favor da liberdade de exercício do direito ao voto também para os afro-americanos. O filme é um soco permanente na cara, porque faz pensar sobre os caminhos que nos levam à violência. Uns mais visíveis, porque físicos e verbais; outros, simbólicos, sutis, em pequenos atos, acordos e tramas. Uma realidade que sempre existiu e é a forma como os desumanos criam situações para a disseminação do ódio, caminhos que só se aperfeiçoam e radicalizam, desde sempre. O bom da narrativa do filme é mostrar a luta em favor da vida, de um homem consciente a respeito dos desafios de seu tempo e espaço, para não deixar que esse ódio se disseminasse nele mesmo. Para quem conhece apenas o discurso de King “Eu tenho um sonho” ou os registros dos livros didáticos a respeito de um dos maiores ativistas de direitos humanos dos EUA, não

El baile de la victoria

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Este é o título original do filme “A bailarina e o ladrão” , de Fernando Trueba, baseado em novela de Antonio Skármeta, autor também de “O carteiro e o poeta”. A trama se passa no Chile, em tempos de abertura democrática, pós Pinochet, que previu a anistia para presos por crimes não sangrentos. Neste contexto, são apresentados os dois personagens masculinos principais, em recente liberdade, um leve paralelo com o recomeço da nação chilena. Um deles, vivido pelo fantástico Ricardo Darín, é Vergara Grey, famoso ladrão de cofres, que saiu da prisão pensando apenas reconstruir sua vida com a família. “O destino vai me unir à minha esposa e filho” é uma de suas frases iniciais. Outro, o mais jovem, Ángel Santiago, retorna do cárcere pensando realizar um grande roubo planejado na cadeia. Ambos terão seus planos mudados. E a arte imita a vida com sensibilidade aqui. Grey encontra a ex-mulher e filho integrados em nova configuração familiar e fica sem norte. Santiago conhece uma

Um texto que me fala

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Viro a última capa do livro de Saramago, A maior flor do mundo. Incomum, porque livro como de criança. Ele, autor laureado com o Prêmio Nobel de 1998,  recentemente falecido, alto representante da literatura portuguesa, mundialmente importante e considerado um escritor sério. Abro mais uma vez o livro, também cheia de seriedade e interrogações. A fome de deglutir o texto ainda não me esgotou, e não consigo deixá-lo. O narrador disfarçado de escritor ou o escritor, de narrador, não sei, me inclui num jogo fascinante desde o primeiro parágrafo, em busca de uma história, que em algum tempo ele diz inventou. Tal história é suficientemente adiada pela irônica modéstia de quem conta. Vem a desculpa de não saber escrever histórias para crianças, leitores virtuais do livro. A protelação para chegar à narrativa do menino prenunciado nas imagens, a partir da capa, ainda gera a mesma doce angústia da espera prazerosa da primeira leitura. O prazer não é futuro, no entanto, já é, já f

Extasis del renacido

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A poesia de Rolando Toro traz as marcas do pensamento fundador da Biodanza, um sistema de integração baseado na poética do encontro, um modelo de desenvolvimento do potencial humano, que se alimenta da dança, da música, do movimento. Um de seus livros, “Extasis del renacido”, infelizmente ainda não traduzido nem publicado no Brasil, mostra um vislumbre dessa vivência em poesia. Criei afeto por seus textos e em relação a alguns de seus temas prediletos em versos apaixonados. Os poemas são orações de quem tem um olhar atento sobre as notícias do mundo, mas não perde a esperança: “Mi deseo es tu deseo/Tu deseo e mi deseo/Que el Paraíso no sea un sueño.../Pues tan sólo un relámpago de/violencia contra nuestro hermano/basta para que se apague la sonrisa...” São canções de quem canta “... Durante las migraciones/a las tierras del amor...” , de quem sabe “... que somos dos viajeros/en el mismo/destartalado ómnibus/del universo.” Ler o seu livro é pinçar versos onde o poeta se reco

Recomeço de Zazo

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“Recomeço vem celebrar trinta anos de estrada musical de Zazo, o Nego. Inclui algumas canções escritas num momento de muita dor e sofrimento, mas também valoriza as oportunidades de começar de novo que o Pai nos dá.” Esta é a apresentação do novo Cd solo de Zazo: Nego & Amigos – Recomeço . Embora todas as canções sejam do Zazo, há participações mais do que especiais, de Rubão Lima, Gláucia Carvalho, Hélvio Sodré, Silvestre Kuhlmann e o grupo de que ele faz parte, Céu na Boca. Sem falar na participação de Dorine (Doca), Aline e Wilson, a família do artista, mais do que talentosa. Impossível não destacar também as contribuições dos arranjadores convidados, Marco Fernando, Marcus Américo, Denize e Toninho Zemuner. É convidando amigos que Zazo distingue a vida, a música, a alegria de recomeçar sempre, a relação com o Pai, o ofício de cantador das boas coisas da vida. O tom é de esperança de quem deixa pra trás episódios de dores intensas. “Só pra lembrar: o que passou, passou

Festa da insignificância

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Este é o mais novo livro de Milan Kundera, lançado no ano passado no Brasil. Aguardado há tempos, uma vez que da publicação de seu último romance até este, criou-se um longo hiato esperançoso para a crítica e também para os leitores assíduos do autor. Dele, infelizmente só li há algum tempo “A Insustentável Leveza do Ser”, a que me reporto como das leituras mais vivas na memória. “Festa da Insignificância”, devorei agora como indicação de um clube de leitura do qual faço parte, mas já andava de olho nele desde seu lançamento. A leitura e a discussão em grupo foram bem proveitosas. O livro é de ficção, mas resvala por reflexões inusitadas no campo da História, da Filosofia e de outras áreas das Ciências Humanas. Dotado de humor e ironia que dessacraliza os ícones da Modernidade, sejam as ideologias políticas, os referenciais da Arte, os heróis da História, as verdades religiosamente institucionalizadas e vários valores falsificados que regem a vida em sociedade, a narrati

A velha história do peixinho que morreu afogado

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Marilia Pirillo inspira-se em conto popular, também narrado por Mário Quintana e Monteiro Lobato, para trazer aos jovens leitores “A Velha história do peixinho que morreu afogado”. A autora recria de forma muito feliz a velha história de um peixinho que depois de retirado do rio por um homem e desfrutando de seu afeto e presença, ao voltar ao rio, morre afogado. O texto usa de humor e ironia, ao transportar a antiga narrativa para o contexto de vida urbana. A história se insere no espaço de uma grande cidade, onde flui o ritmo frenético de atividades diárias e rotineiras, a convivência com os desagravos ambientais e tudo que compõe as condições de existência nos grandes centros na contemporaneidade. O lúdico e o insólito do texto se misturam aos espaços reais da selva de pedra, igualmente bem captados pelos traços e cores das ilustrações. O texto verbal se realiza em interação harmoniosa com as ilustrações criativas de Guazelli, que são parte de um cuidadoso projeto gráfico

Orie

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  Orie é o título e o nome da personagem principal do livro de Lúcia Hiratsuka, por empréstimo do nome de sua avó, uma imigrante japonesa que veio para o Brasil aos 20 anos de idade. A narrativa é colhida das histórias contadas por essa avó, de origem camponesa, que morou às margens de um rio e sobre suas águas atravessava para chegar ao povoado onde a família realizava negócios. O enredo fala disso, evidenciando o olhar da personagem criança, olhar observador que a tudo perscruta poeticamente. O texto é escrito em frases simples, diretas, curtas, no presente do indicativo, sem diálogos entre os personagens e com constantes repetições verbais que reproduzem o movimento do rio, do vento, do barco, do remo e das percepções da menina. A viagem sobre o barco e o rio até aportar na cidade é também metáfora do curso de crescimento da menina na relação aconchegante com uma família que lhe permite crescer e conquistar gradativamente a autonomia. O belíssimo projeto gráfico em

A caminho do mar

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Terceiro CD de Rubão Lima, com composições exclusivas do artista e produção de Márcio Lucena e do próprio Rubão, o álbum traz como carro chefe o reggae , sua linguagem de escolha, marca de identidade do trabalho do compositor e intérprete maranhense, que vive atualmente em Brasília. Com um projeto gráfico primoroso, além das canções gostosamente carreggaedas , o CD traz músicas em outros ritmos do nordeste e norte do país. Nelas, percebe-se a forte influência de nomes como os de Dominguinhos, Djavan, Gilberto Gil e outros.   Como não pode deixar de ser, meu foco principal acaba sendo as letras das canções, que tratam de problemas sócio-culturais da sociedade brasileira, como os desafios da infância nas ruas, o preconceito racial, a intolerância, os graves problemas ambientais da Amazônia e mais. Sobretudo é na voz de reggaero, que aborda essas questões. Mas, na segunda metade do CD, quando as composições dialogam com outras facetas da MPB e apresentam letras mais líricas, abo