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Mostrando postagens de junho, 2019

Canções do exílio

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I Junto aos rios de nosso exílio Sentamos e choramos A falta de nossa terra Que pesava sobre o peito Nos salgueiros Penduramos instrumentos Tamareiras Esconderam nossos cantos Onde canta o sabiá? Não gorjeia, já não canta Também não pode voar Cantem, cantem Cantem-nos suas canções Alegrem nossos dias Com as canções de além-mar Como cantar Em terra estrangeira? Nosso céu tem mais estrelas Nossas várzeas têm mais flores Nossos bosques têm mais vida Nossa vida mais amores E assim à noite em cismas Choramos desprazer E saudade Permita Deus vivamos O tempo de ali estar Junto às palmeiras Onde canta o sabiá. In: FEMEAR/2014

diálogo com um amigo de jó

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jogando caxangá quem pode conter desgraças que tanto temo? quem pode medir o peso dos meus lamentos? quem pode entender  nuvens que estão no meu céu? quem pode espantar crocodilos dos meus sonhos? quem pode fazer menor a minha injustiça? que será de mim se Deus pensar em si? o que vou fazer com tamanho silêncio? guerreiro com guerreiro fazem zigue zigue zá In: FEMEAR/ 2014