lamentações
deserta está a cidade viúva errante lágrima descalça pelas calçadas descaminhadas muro humilhado inclinado ao chão paira nuvem sobre a cidade encobre desabitados jardins desfaleceu o coreto foge a banda da praça cantando coisas de amor as trancas das casas limitam inseguros infância esconde ruas jovens cheiram pó das quinas dos becos esquinas há um silêncio berrando sitiando a cidade balas achadas ao vento alvos descêntricos acertam ruína destruição o olhar do poeta desfalece a pesar tomba a memória o que pode dar esperança sobre a nuvem o azul rabisca nova manhã ainda que deserta está a cidade In: FEMEAR/2014