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Mostrando postagens de janeiro, 2018
Artigo sobre a obra A louca da casa , de Rosa Montero, produzido em co-autoria com a Profa. Dra. Maria Mirtis Caser, para o n. 33 da Revista Contexto - PPGL/UFES. http://periodicos.ufes.br/contexto/issue/view/804

Da invisibilidade e outras impossibilidades

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(14/02/2014) Em meio a redes sociais e reality shows, fica patente a corrida pela visibilidade. Visibilidade contraditória, ao que parece. Em uma massificadora engrenagem, onde todos buscam ser visíveis, carrega-se o peso escondido do que é invisível em cada um de nós. Li em algum lugar, de fonte já oculta na memória, pela seleção natural de dados na era da informação, que um respeitável pesquisador das Ciências Humanas e Sociais, estudando o fenômeno da visibilidade social, vestiu-se de varredor de rua em um conceituado centro universitário, por longo período, para testar sua notoriedade. Não é difícil intuir o resultado da pesquisa. Um amigo certa vez partilhou que Deus também sofre de invisibilidade. Essa afirmativa teológica, pouco séria para alguns, me impactou. Isso parece ser mesmo uma de suas limitações. Refletindo sobre ela, considerei outros possíveis defeitos divinos, pensando nos discursos de notoriedade que nos rondam. Imaginei que Deus é muito humilde. É, v
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Passagens (22/08/2011)       Escher As trajetórias humanas são feitas de passagens. Situações, pessoas, circunstâncias, lugares vão e vêm. Passam. Simplesmente passam. Tudo na vida passa: o que é bom e o que não. Há tempos onde tal constatação é evidente. Não que em outros momentos a vida não esteja também de passagens. Mas há frações do tempo em que o  insight  da provisoriedade se dá intensamente. Viver implica na contradição de lidar com aquilo que é e ao mesmo tempo não é mais. Uma espiral de movimento entre o ser e o vir-a-ser, entre o estar e o vir-a-estar. Por vezes esta dança binária, com micro-instantes entre um passo e outro, é estonteante e gera um misto de angústia, pelo que vem e ainda não é; dor, pelo que foi e não é mais; e o gozo-pesar das lembranças do que foi ou do que inventamos ser e do que nunca foi ou será. Isso não significa atingir configurações novas e prontas a cada passagem. Reconfigurar-se é sempre ato momentâneo, no entanto, sendo e n